Por Igor Olandim.
A soja continua sendo o motor do agronegócio brasileiro, mas os sinais para 2026 indicam um cenário desafiador: preços pressionados, custos elevados e margens cada vez mais estreitas.
Atualmente, a saca de 60 kg é negociada a R$ 141,90 no porto de Paranaguá e cerca de R$ 135,93 no Paraná. Em Mato Grosso, os valores variam entre R$ 117,50 e R$ 124,00.
Por outro lado, os custos de produção seguem em alta. A média nacional para a safra 2025/26 está estimada em R$ 6.115,83 por hectare. Considerando uma produtividade média de 59 sacas por hectare, o custo de produção equivale a aproximadamente R$ 103,66 por saca.
Isso significa que, com o preço atual, a margem bruta é de cerca de R$ 38 por saca ou R$ 2.242 por hectare, considerando os preços mais elevados de Paranaguá. Mas esses números não consideram ainda as despesas com frete, impostos e arrendamento. Em áreas arrendadas, essa margem pode se tornar negativa, reforçando o alerta para um ano de ajustes e estratégias mais eficientes.
A situação é clara: preços em queda, insumos em alta e produtividade estável.
Mas por que os preços da soja estão achatados? O mercado global vive um paradoxo: produção recorde e preços estagnados e essa situação é explicada por uma combinação de fatores:
A oferta mundial está elevada, já que Brasil, Estados Unidos e Argentina devem colher safras cheias, mantendo estoques altos e reduzindo a pressão compradora.
A demanda chinesa, embora continue relevante, permanece estável, sem sinais de crescimento acelerado, pois Pequim busca diversificar fornecedores e reduzir sua dependência.
EUA e Argentina estão agressivos na precificação, objetivando recuperar participação no mercado chinês.
O câmbio está desfavorável, com projeção do real mais valorizado em 2026, o que diminui a competitividade das exportações brasileiras e achata os preços internos.
Por fim, o clima não indica grandes quebras, e apesar dos riscos, não há expectativa de perdas significativas que justifiquem alta nos preços.
Em resumo, produção alta não significa lucro alto e o produtor precisa lidar com margens apertadas e volatilidade cambial.
Boa Safra Sementes: Papel Estratégico na Produtividade
Em meio a esse cenário apertado, a Boa Safra Sementes (SOJA3) se posiciona como um player essencial para mitigar riscos. Líder nacional em sementes certificadas, a empresa registrou receita líquida de R$ 1,1 bilhão no 3T25, alta de 56% sobre o ano anterior, e mantém uma carteira robusta para 2026, com R$ 862 milhões em pedidos, sendo R$ 760 milhões apenas em sementes de soja.
O diferencial da SOJA3 está na qualidade. O índice médio de germinação acima de 94% pelo quarto ano consecutivo, aliado à tecnologia TSI (Tratamento de Sementes Industrial), aumenta o vigor e sanidade da cultura de soja. Esse padrão pode elevar a produtividade do produtor em 2 a 4 sacas por hectare, dependendo do manejo e das condições climáticas, um ganho relevante quando cada saca faz diferença na margem.
Com liquidez robusta (R$ 1,2 bilhão em caixa) e expansão planejada para milho, sorgo e trigo, a Boa Safra deve manter protagonismo em um mercado mais equilibrado, após um ciclo de excesso de oferta em 2025.
Conclusão:
O cenário atual do mercado de soja é de produção recorde com baixa rentabilidade. A chave para a sustentabilidade está na gestão de risco rigorosa. Estratégias como travar preços (hedge), negociar insumos de forma eficiente e investir em sementes de alta qualidade são mandatórias para a saúde do negócio.
Projeto o preço-alvo da SOJA3 entre R$ 11,00 e R$ 14,00 para o biênio 2026/27 o que possibilita uma eventual valorização de até 40%.
Considero que o período atual se configura como uma janela de oportunidade para quem investe com horizonte de longo prazo





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