Por Igor Olandim.
O preço do Brent está atualmente em torno de US$62–63 por barril, após uma queda recente que o levou ao menor patamar das últimas semanas. Para os próximos meses, a expectativa é de relativa estabilidade até março, com valores próximos a US$64 em dezembro, US$63 em janeiro e uma leve alta para US$67 em fevereiro e março. A partir de abril, os preços tendem a se manter na faixa de US$64–65, mas o segundo semestre aponta para um cenário mais baixista, com projeções que chegam a US$53–56 entre junho e julho.
As principais casas de análise reforçam essa tendência: Goldman Sachs projeta média de US$55–56 para 2026, enquanto o Bank of America trabalha com US$60, alertando para risco de queda caso o excesso de oferta se intensifique. Barclays, por sua vez, estima US$66, considerando reversão dos cortes da OPEP+ até setembro.
Entre os fatores determinantes estão o equilíbrio entre oferta e demanda, decisões da OPEP+, estoques elevados, dólar forte e incertezas geopolíticas. Os riscos geopolíticos incluem tensões no Oriente Médio, possíveis sanções à Rússia, instabilidade no Irã e conflitos que possam afetar rotas estratégicas de transporte de petróleo. Qualquer escalada militar ou bloqueio de exportações pode gerar volatilidade e pressionar os preços para cima, mesmo em um cenário de excesso de oferta.
Por outro lado, há oportunidades para empresas e investidores que souberem se posicionar. Setores correlacionados, como petroquímica, podem se beneficiar de preços mais baixos, reduzindo custos operacionais.
Mas e as petroleiras? Nesse contexto, surge a dúvida: é hora de comprar PRIO, Brava e PetroReconcavo?
O setor exige seletividade, e entre as opções, PRIO (PRIO3) se destaca como a preferência do mercado. A empresa apresenta ramp-up consistente, avanço do projeto Wahoo previsto para 2026 e sinergias relevantes com a aquisição em Peregrino. Além disso, possui baixa alavancagem e geração de caixa robusta, garantindo resiliência mesmo com Brent mais fraco.
Já Brava Energia (BRAV3) mostra evolução operacional, com produção recorde e redução do lifting cost, mas ainda enfrenta pressão de caixa devido a investimentos pesados em novos poços, cujo retorno só deve ocorrer no fim de 2026. Esse papel exige maior tolerância a risco e paciência.
Por fim, Petro Reconcavo (RECV3) opera em um cenário mais desafiador, com menor escala e maior sensibilidade ao Brent. A empresa precisa manter eficiência em capex para sustentar resultados.
Em resumo, para quem busca exposição ao setor, PRIO é a escolha mais sólida, enquanto Brava e Petro Reconcavo podem gerar valor no médio prazo, mas exigem perfil mais arrojado.
Minha sugestão para quem quer se posicionar em petróleo é entrada gradual, com PRIO como posição principal e participação menor nas demais, sempre monitorando riscos geopolíticos e decisões da OPEP+. Uma composição possível seria 50% PRIO, 25% Brava e 25% Petro Reconcavo, limitando a exposição ao setor a no máximo 15% da carteira, por se tratar de ações cíclicas com maior volatilidade.





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