Por Igor Olandim.
Fundamentos Financeiros Básicos
A Vale apresenta uma saúde econômico-financeira notável, merecendo uma “Nota 10 em 10”. Sua estrutura de capital é invejável, com risco praticamente inexistente e altíssima liquidez, mantendo um caixa robusto de cerca de R$ 26 a 27 bilhões.
O capital de giro é forte e eficiente, com Necessidade de Capital de Giro negativa. Seu crescimento é sustentado pelo aumento do lucro, pela constante acumulação de reservas e pela expansão contínua do patrimônio líquido. A empresa demonstra ainda um forte comprometimento com os investimentos que superaram R$ 90 bilhões nos últimos anos.
Apesar de possuir uma dívida de R$ 68 bilhões, ela é considerada baixa em função da forte capacidade de geração de caixa da empresa. Em 2024, a Vale gerou um EBIT robusto de R$ 55 bilhões.
Isso se traduz em um indicador de Dívida Líquida/EBITDA extremamente controlado, em torno de 1,2, ou seja, a empresa precisaria de apenas 1,2 anos, utilizando 100% de seu EBIT, para quitar todos os seus empréstimos. O único ponto sensível é que a dívida está majoritariamente em dólar, o que gera exposição cambial e potencial volatilidade nos resultados financeiros.
O principal ponto fraco é a estagnação do faturamento, que se mantém “encaixotado” em aproximadamente R$ 200 bilhões. Contudo, a Vale sustenta uma margem EBITDA elevada, na faixa de 25% a 27%, garantindo um lucro líquido consistente.
A Ciclidade do Minério de Ferro
Os resultados da Vale refletem seu caráter cíclico, em função do preço do minério de ferro. Em 2021, por exemplo, o preço líquido era de $141 por tonelada, o custo de produção era $44 e a margem ficou próxima de $100 por tonelada.
Nos anos seguintes, houve alterações nos valores:
Preço de venda: diminuiu de $141 e se estabilizou entre $90 e $100 por tonelada.
Custo de produção: aumentou de $44 para uma faixa entre $53 e $55.
Essa redução no preço médio, junto ao aumento do custo, diminuiu a diferença entre receita e despesa.
Entretanto, apesar dos anos de minério em baixa, a Vale, em 2025, continua operando com margens consideradas positivas, indicando o impacto do preço da commodity nos resultados da empresa.
Vantagem Competitiva
Apesar das preocupações do mercado sobre o futuro do minério de ferro em detrimento dos metais de transição (cobre, níquel, etc.), a Vale se posiciona de forma única:
Diversificação: Já possui 22% de sua operação em metais de transição.
Oligopólio: O setor é dominado por apenas quatro grandes players, que tendem a gerenciar a produção para evitar que o preço caia drasticamente, especialmente abaixo do custo de $80.
Qualidade: A Vale é extremamente competitiva e produz minério de alta qualidade (pelotas/minério verde), que é preferido pela indústria siderúrgica por requerer menos energia na fabricação do aço.
A grande questão para o investidor é: Quando comprar VALE?
A resposta reside na sua natureza cíclica e na forte correlação com a commodity. Existe uma relação praticamente perfeita, com um índice elevadíssimo de 0,89, entre o preço do minério de ferro no mercado internacional e a cotação da ação VALE3.
Não há segredo: quando o minério de ferro sobe, o gap de lucro da Vale se expande dramaticamente — já que seu custo de produção é notavelmente estável, fixado em torno de $55 por tonelada. Esse aumento de margem se traduz rapidamente em maior geração de caixa e lucro, impulsionando o preço da ação.
Portanto, a tese de investimento é clara e objetiva: O momento ideal para comprar Vale é quando houver sinais claros de que o preço do minério de ferro está iniciando um ciclo de alta.
Ficar de olho na commodity é o que separa um bom investidor da Vale de um investidor mediano.
Assista o video no YouTube: VALE3
Bons Investimentos e fiquem com Deus
Igor Olandim





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